29 de set. de 2008

Só de ver dói

A gente se deixa mutilar por pura vaidade estética, alimentada pelos estereótipos de beleza consumistas. O corpo é um mercado e tanto.

24 de set. de 2008

nova linha

essa de se REconhecer pela primeira vez não me fez sentido.

23 de set. de 2008

Feita de ouro, bronze e luz

Sentada num canto, se reconheceu pela primeira vez.

Novela da vida real

Gente, desculpa a sumida, estou bem corrida e não tive como postar antes... Mas lá vai... dei uma mudada no outro post porque senão este ia perder a graça! Se tiver tempo e paciência, confira!

Entram no quarto, Catarina deita na cama e dorme, quando acorda, percebe que está sem nenhuma roupa. O moço (o qual Catarina não faz idéia do nome) acorda e olha para ela, ele está vestido, e diz “E aí peladona?”. Ela rebate “e aí vestidão?”. E riem, mas Catarina quer entender o que está acontecendo, porém, ao mesmo tempo, ela se sente envergonhada por não ter a mínima idéia de como foi parar lá.
Catarina decide então agir com naturalidade, vai ao banheiro e percebe que está com seu absorvente interno, ou seja, não teve sexo. (Eu sei que vai ter gente que vai pensar que tinha outro buraco pro cara tentar aproveitar, mas Catarina garante que acordou e verificou se estava tudo no lugar. E estava) Ela fica aliviada por saber que só estava ‘peladona’. Ao se vestir, o moço fala “então, vamos?”, ela sorri e vai, meio que sem saber o que falar. Ele pergunta onde ela mora, ela diz. E fim. Não existe mais conversa dentro do carro até ele chegar perto da casa dela e ela dizer “é aqui, pode parar”. Ele parou, deram um selinho sem graça e ela saiu do carro. O moço grita “hey, você esqueceu algo na chapelaria da balada” e ela se aproxima do carro, ele entrega a fichinha da chapelaria. Catarina engole o palavrão, dá um sorrisinho e sobe para casa dela. Percebendo o por quê de estar sem bolsa, agora tudo fez sentido, ela tinha saído de bolsa, mas esqueceu na chapelaria, agora Catarina estava sem a chave de casa, sem o telefone celular, sem a carteira, enfim, estava fodida.
Catarina foi a um orelhão, ligou para a mãe, disse que tinha dormido na casa de uma amiga e que tinha esquecido a chave. A mãe dela saiu do trabalho e foi abrir a porta para ela, que liga imediatamente para Cássio e conta que precisava voltar na balada pra pegar as coisas dela. Eles ligam lá e descobrem que só abre a partir de quarta, esperam 3 longos dias sem fim, Catarina se sentindo quase sem vida, estava sem o celular, sem as chaves e, principalmente, sua carteira com seus documentos, cartões e tudo mais. Quarta eles vão lá e Catarina pega a bolsa e confere se está tudo lá. Quando percebe que seu cartão de crédito internacional com limite no céu havia sumido! Se desespera, pois não havia bloqueado os cartões, contando com a honestidade das pessoas que trabalham na balada.
Finalmente ela bloqueia o cartão e espera pelo pior. Por uma fatura milionária que não poderá pagar e não terá como provar que não foi ela quem gastou. É o fim?
Desolada, Catarina se isola em casa esperando a fatura chegar. Cássio tenta acalmá-la, diz para ela procurar, vai que ela estava com o cartão em algum bolso? Ela acha só o comprovante e não o cartão, pede para Cássio procurar nas coisas dele também, afinal, ele foi o ultimo a ter contato com o cartão. Uma tortuosa semana para Catarina se passa, Cássio se encontra com uma amiga pra tomar uma cerveja e conta de todo o ocorrido. Quando ele vai pagar a conta, vê o cartão de Catarina em sua carteira. Ele havia esquecido que tinha guardado o cartão para Catarina. Quando ele procurou, procurou porcamente e não viu que estava atrás de seu bilhete único, usado para pegar o busão. Agora que ele achou o dito cujo, ligou para Catarina e finalmente ela conseguiu se curar da ressaca moral. E o moço, bom, este nunca mais foi visto.

15 de set. de 2008

Novela da vida real

Esse fim de semana me lembraram de um ocorrido com uma amiga minha, que aqui vou chamar de Catarina, mas este não é o nome dela. É importante frisar isso porque o nome do outro protagonista é desconhecido.

Catarina estava numa churrascaria um dia, bebendo e comendo muita carne com amigos, quando seu celular toca, é Cássio, perguntando o que ela iria fazer naquele sábado super lindo. Catarina ainda não sabia, estava se entupindo de comida e bebida, chamou Cássio para participar da santa ceia e depois pensariam no que fazer. Aí a comilança acabou, foram pra uma rua movimentada e cheia de baladas ver o que poderiam fazer, não acharam nada muito interessante, pararam no boteco e beberam mais um bocadinho até pensarem em como salvar a noite. De todo mundo que tava na churrascaria, só Catarina e Cássio que pensaram em fazer alguma coisa após. É o tipo de coisa que eu digo pra não fazer, porque comer antes de beber é importante, mas comer MUITO é um risco.
Cássio, que não tinha comido muito, sugeriu a Catarina que ela tomasse algo mais energético, pois o sonão da sesta bateria e ela tinha que segurar o modelão. Ela topou e ambos se entorpeceram e resolveram entrar numa balada hype super cara de São Paulo, que é toda estilosa e bem decorada, com freqüentadores ricos, famosos e bonitos. Lá, Cássio encontrou com alguns amigos, ganhou umas cantadas, pois, é claro, Cássio é gay e estava no lugar certo pra arrumar uma paquera. Catarina, por sua vez, foi incorporando a Heleninha Roitman, a professora Fátima, o pai da Marjorie Estiano naquela novela que ele era bêbado, enfim, Catarina estava tocando o céu com sua taça de Chandon. Dançou, dançou, dançou, subiu no sofá, dançou mais, foi até o chão, subiu, desceu. Eram 5 da manhã e Catarina e Cássio estavam a todo vapor, até que, num dado momento Cássio nota Catarina deitada no sofá e um moço meio que tentando conversar com ela. Ele vai lá e pergunta para Catarina se ela está bem, ela faz que sim com a cabeça. Cássio pergunta quem é o moço, Catarina sussurra “não sei”. O DJ grita “Ae biluzada, é a última música”. O moço tenta levantar Catarina, que já estava sem glamour e morrendo de sono, e fica falando que ela é linda, para ela ir embora com ele, que ele a deixa em casa como uma princesa. Todos começam a ir pagar a comanda no caixa, Catarina paga no cartão, esquece-o no balcão e, por sorte, Cássio vê e pega para ela. Catarina estava sem a bolsa. Lá fora, o Sol nascendo, Cássio pergunta para Catarina se ela quer ir embora com ele. Ela diz que vai com o moço e o moço garante para Cássio que vai cuidar bem dela. Catarina entra no carro do moço, atordoada e fala que mora na zona leste. O moço fala “eu não taxista”, Catarina olha pra ele e ele diz “vamos nos divertir antes” e sorri. Eles vão para um hotelzinho pulgueiro na rua da Consolação, que custava R$90,00 pra passar 12 horas. Entram no quarto, Catarina deita na cama e dorme, quando acorda, percebe que está sem nenhuma roupa... AMANHÃ EU CONTINUO.

12 de set. de 2008

A pomba

-Por que anda se sabe voar? "Gosto de viver perigosamente". Plaft.

11 de set. de 2008

Microconto

Ontem eu tomei um remédio para dormir. Ando pegando no sono muito tarde. Sabe o que aconteceu? Dormi às 3 da manhã. E não acordei nunca mais.

Novela da vida real

Feliz dia 11 de Setembro. Estamos todos vivos mais um ano. Não é esse ano que o Bin Laden vai acabar com nóis.

Continuando a saga do azarado Pedro:

Aí chega o velho Pedro, todo cheio de si, ainda não convencido de que é um derrotado na arte do amor, puxa um papo com Maísa, que olha pra ele e vê que ele é um cara famoso. Maísa, assim como as gurias do Sul, também era expert em enganar velhos bêbados e babões. As duas amigas da moça ficam observando o bate papo dela com o velhote, já sacaram que ela queria fazer ciúme para Carlos, o cara por quem era apaixonada. Joaquina foi falar com Carlos, pra ele meio que ver o que estava rolando entre a Maísa e o velho Pedro. Carlos foi lá causar, se meter na conversa, afinal ele tinha uma queda por Maísa. E aí Pedrão falou para Maísa que queria beijá-la, Carlos chega. “Só te beijo se você beijar ele”, disse a moça apontando para Carlos. Pedrão, trêbado, tenta beijar Carlos. Que o empurra o velho Pedro, que cai na real de que Maísa estava tirando uma com a cara dele. Ele fica puto, quando Diana, a obesa, vai lá consolar o velho. E assim vai rolando um clima entre eles, quando todo mundo parou pra ver o casal que merecia o prêmio “Bizarro entorpecido 2003”. Até a luz acendeu. A Terra parou de girar. Foi o beijo mais estranho já visto por aquelas 60 pessoas presentes naquele horário. Diana e Pedro se pegam loucamente na pista. A música pára, é hora de ir embora. Maísa não ia perder a oportunidade de zoar mais um pouco com a cara de Pedro. Agora ela e Carlos estavam de parceria nisso.
“E aí Pedro, todo mundo pra sua casa?” – Maísa. Pedro, todo safadão, falou “Agora você me quer?”. Maísa disse “Quando eu te quis, você preferiu a Diana”. Pedrão: “Quem é Diana?”. Diana: “Sou eu, e aí, vamos pra sua casa?”. Pedro olha super assustado. Todos na fila pra pagar a comanda, Pedro quer impressionar Maísa e fala “Eu pago a sua, eu sou vip aqui”. Diana morre de inveja. Pedro disse “E o meu beijo, vai rolar?”, Maísa olha para Carlos e diz “Primeiro você beija ele”. E foi lá o velhote, olhou para Carlos e deram um selinho. “E agora?” – Pedro. “Agora você beija a Diana de novo” – Maísa.
“O que?” – Pedro. “Isso mesmo, vai ter que ser do jeito que eu quero” – Maísa. Diana, que estava falando com Joaquina, desabafando a mágoa de não ter sua comanda paga pelo Pedro, é pega de surpresa por um beijo do velhote. Ela ficou passada, ele saiu andando e nada falou. Voltou lá para frente, com Maísa e Carlos, pagaram suas comandas e, lá fora, Maísa disse que Pedro tinha que esperar Carlos ir embora, aí sim, ela iria embora com ele.
Carlos, pro sua vez, disse que tinha que esperar a Diana e a Joaquina. E nessa o velho Pedro foi ficando com a pressão alta de raiva da ninfeta gostosa. Mas era sua chance de dar uma com uma menininha bonitinha e com tudo no lugar. Depois de uns 5 minutos saem Diana e Joaquina, se despedem de Maísa, ignoram Pedrão, afinal, Diana estava magoada com ele. Vão para o estacionamento. Maísa e Pedro estão na porta da balada, a sós. Ela diz “chame o táxi”. Ele tenta beijá-la, ela delicadamente vira o rosto e dá um sorrisinho. Olha o K.O. aí, Brasil. Ele fica nervoso e diz “sua vaquinha, você está me enrolando desde o começo da noite, tive que beijar um homem, beijar uma gorda e agora você fica fazendo cu doce”. O taxi chega, Pedro entra e puxa Maísa violentamente para dentro com ele. “Seu velho tarado, seu pinto não sobe, me larga!” e fez um escândalo que o taxista não quis sair do lugar até que a moça saísse do carro. Saíram os dois. “Olha loirinha, não é justo o que você fez comigo”- Pedro. Nisso, Maísa mexe em seu celular. “Olha aqui seu maníaco, eu sou menor de idade, você vai se foder se por a mão em mim” – Maísa. “Com essa cara, você é menor aonde, menina? Vou chamar outro taxi e você vai embora comigo” – Pedro.
Parecia que tudo estava perdido, a dignidade de Pedrão, a integridade de Maísa, o dia quase amanhecendo e 5 gatos pingados presenciando tudo isso. Quando o amigo de Pedro que estava discotecando sai e eles começam a conversar. O carro de Carlos pára, pega Maísa e sai cantando pneu. Pedrão vira pra seu amigo e propõe “Vamos pra Augusta, preciso trepar hoje”. Seu amigo, muito sincero, diz “Desculpe, minha esposa está me esperando.... Você não mudou nada né, sempre vai pagar pra por o pau em algum buraco!” e sai rindo da cara de Pedrão, que senta na sarjeta e espera outro taxi. Sozinho.

10 de set. de 2008

Novela da vida real

Tão falando que o mundo vai acabar logo mais. Então deixo aqui registrado que, quando eu virar anja, vou continuar com o blog. Mas aí vão ser episódios épicos, vou perguntar pro Bukowski como era a vida dele.
Hoje eu vou falar de um roqueiro famoso, com a idade do meu pai, mas que se acha um meninão. Como eu não quero ser processada, não vou por o nome do indivíduo aqui. Sei que é bem difícil dele ler meu blog, mas sempre tem um arrombado ou uma vadia pra me dedurar.
Pedro é um cara bem conhecido na noite, desde os anos 80 aprontando todas, tomando ácido, cheirando cocaína, enchendo a cara e achando tudo isso muito bonito. Sua banda é de São Paulo, mas Pedro desde os anos 80 sempre teve um sério problema com mulheres em todo canto que ia. Era no norte, no sul, no nordeste, centro-oeste. Ninguém queria pegar o Pedro, mesmo ele sendo vocalista de uma banda famosa, que ia no Faustão, no Fantástico, no caralho a quatro. Uma vez a banda dele foi tocar em São Paulo, junto com uma banda do Sul. Milhares de menininhas histéricas na frente do palco. Pedro desceu do palco depois do show, o pessoal todo foi em cima dos caras do Sul, em cima do guitarrista de sua banda, que era um partidão, diga-se de passagem. Pedro sempre tinha que pagar pra conseguir algo, ou pegar uma garota muito carente rejeitada até pelo segurança.
Os anos foram passando e o físico de Pedro só piorava, o que fazia a situação sexual dele piorar também. Passaram-se os anos 80, os anos 90, e vamos para o ano de 2003, onde Pedro teve dois infortúnios inesquecíveis. O primeiro aconteceu em uma capital do Sul do país. Pedrão estava curtindo uma baladinha, vendo seus amigos velhotes tocar. Acabou admirado com a beleza de duas guriazinhas, Sheila e Carolina, que estavam super bêbadas, gritando e pulando. O que o velho roqueiro não sabia era que as duas eram experts em enganar homens bêbados e babões. Ele se aproximou delas e super acreditou que estava rolando um clima. Um clima de putaria, de orgia, de um velhote e duas groupies na cama do hotel. Ele começou a pagar mais drinks para as duas moças, que foram ficando mais maleáveis e concordaram com a idéia de ir pro hotel com ele. As duas moças já eram conhecidas no meio por pegarem alguns caras de banda, Pedro super acreditava que iria ser comido por elas.
Ele pagou o taxi até o hotel. Chegando no quarto, ele tirou as roupas, ficou de cueca. O pessoal começou a tirar um sarro dele, afinal, ele é um velho, gordo, pelancudo e nem com 2 litros de whisky Sheila e Carolina o achariam interessante. Pedro ficou nervosão e disse que ia jogá-las pela janela se não dessem pra ele. Nisso, o celular dele tocou. Ele pediu para as gurias atender. Era uma menina perguntando sobre ele, ele pedia pra elas falarem que “não rolava”. E desligaram. E a menina ligou de novo, era Deuzete, uma senhora de 40 anos que o Pedro perdia o tempo quando estava naquela cidade. Mas como Pedro estava com duas de 20, não queria pegar a de 40. Rindo muito da situação, as garotas disseram para Pedro que “só porque tu é famoso acha que pode tudo”. Ele dizia que tinham dito pra ele que elas quereriam comê-lo. Elas riram muito alto “masnemmortas” e ele as empurrou na hora de ir embora, “pra fora do meu quarto ninfetas desagradáveis, eu tenho história, eu sou do PSTU”. Revoltado, Pedro foi logo cedo de volta para São Paulo, ver se conseguia algo por lá, numa balada super descolada que um amigo seu discotecava de segunda-feira.
Chegando na balada, pegou seu drink, cheirou sua carreira e foi dançar aos sons oitentinhas da pista. Quando viu um trio que chamou a atenção, uma loira magra e bonita, uma morena obesa e uma moça carequinha estranha. Ele chegou perto do trio, lógico que ele queria a loira. Maísa, era seu nome. Tinha 17 anos, entrou com o RG falso. Maísa estava com Diana e Joaquina, respectivamente a obesa e a careca. Maísa foi pra balada aquela noite pra encontrar um cara que ela queria muito pegar, estava apaixonada. Aí chega o velho Pedro.... AMANHÃ EU CONTINUO SENÃO FICA IMPOSSÍVEL DE LER.

9 de set. de 2008

Novela da vida real

Esses últimos dias estão sendo difíceis pra mim, gente, agradeço todas as pessoas pacientes que me ajudam e me estimulam, e as que me desdenham agradeço também, porque quando se agrada todo mundo é porque o problema é maior do que se pensava.

E vou agradecer em especial o Rodolfo, meu grande amigo que me rendeu um drama maravilhoso. Aê Rodolfo, arrasou!
Rodolfo é um moço inteligente e super interessante, claro que é gay, néam. Mas ele teve umas experiências ótimas antes de ter convicção de que era homossexual, foi pros Estados Unidos, morou em San Diego, na California, depois se mudou pra New York, onde conheceu Katrina, não o furacão, a mulher. Katrina era uma mulher de quase dois metros, meio forte, negrona, marrenta e tinha muito bigode. Casaram-se e aí Rodolfo percebeu que não era dessa fruta que ele tava a fim e abandonou o lar, voltou para o Brasil e começou a ir aos lugares que não conhecia, sem seus amigos bobos de infância. Conheceu um tal de Flávio, que era do nordeste, então o romance durou o que tinha que durar e Rodolfo, desolado, voltou a andar com os amigos bobos, quando conheceu umas pessoas muito legais que toparam sair com ele nas baladas chamadas MIX, que na verdade só têm mulher hetero, é tudo uma falsa impressão de que todo mundo pode pegar todo mundo. Mas enfim, as amigas de Rodolfo caíram nessa e alguns amigos também, mas os caras já sabiam que iam se dar bem com as gurias, afinal, Rodolfo só tinha amigos hetero na época.
Imagine que eles foram pra uma balada muito electro, no fim os amigos de Rodolfo desistiram, tudo bem que já eram 4 e meia da manhã e ninguém estava usando drogas de ficar acordado. Só o Rodolfo, claro, que queria afogar suas mágoas. A mágoa de ter casado com uma mulher muito parecida com um homem e, ainda assim, não a desejar, a mágoa de se apaixonar por um homem que não largou tudo pra ficar com ele, a mágoa de estar na balada gay e ainda não ter pegado ninguém.
Quando Rodolfo pensa em desistir e jogar a toalha, eis que ele vê um ser forte, másculo, barbudo e dançando totalmente rebolativo. Era sua chance. Rodolfo chegou pro cara e disse “Eu te espero há 23 anos”. O cara falou “Quem é você?”, Rodolfo rebateu “Sou tudo que você precisa.... Estarei lá fora te esperando, se você demorar mais que 10 minutos, eu vou embora”. Aí Rodolfo foi saindo, pagou a comanda e sentou na porta da balada, no lado de fora.
O cara assediado se chamava Rodrigo, é estilista e dá aula em uma faculdade de moda. Achou Rodolfo lindo e foi logo pagar a comanda também. Quando saiu, viu Rodolfo deitado no chão, dormindo. Achou uma atitude linda, o cara estava lá mesmo!
“Psiu, acorda, menino. Vamos embora” – Rodrigo.
“Anh? Quem é você?” – Rodolfo.
“Eu sou o Rodrigo, você disse que ia me esperar aqui fora pra gente ir embora junto” – Rodrigo.
“Eu disse? Sai daqui, eu nem te conheço!” – Rodolfo.
“Mas você tava aqui me esperando, me esqueceu quando dormiu?” – Rodrigo.
Aí Rodolfo mediu o cara de cima a baixou, viu que dava um caldo e falou “Eu não esquecer de você tão fácil”, salvando sua noite de sexo. E foram embora juntos pra casa do Rodrigo, mas Rodolfo estava tão bêbado que acabou dormindo e não fez sexo nenhum. Por ironia do destino, Rodrigo gostou de Rodolfo e deu a ele a noite de sono pra, no outro dia, praticarem o sexo. Mas Rodolfo foi embora, porque tinha que trabalhar. No fim a casa de Rodrigo só serviu como dormitório. Mas Rodolfo não ia perder a chance, deixou um bilhetinho com seu telefone e seu nome e escreveu “Miliga”. Rodrigo ligou e assim rolou um romance lindo que durou 4 meses.

8 de set. de 2008

Novela da vida real

Eu sei que já não tá sendo mais tão divertido o ofício de ler esse blog, mas estou aqui pra me entreter, a vida dos famosos não é tão legal assim, apesar de render bastante assunto, admito.

Betina não é rica, não é famosa, nem chega perto disso. Betina é uma jovem estudante que estava atrás de diversão e acabou passando momentos de adversidade que eu relatarei aqui com toda pompa que uma anônima merece.
Era Carnaval no ano de 2006, quando a estudante Betina estava feliz e saltitante pois tinha recebido a rescisão de seu trabalho como vendedora no shopping e queria aproveitar cada centavo. Betina trabalhou incessantemente oito meses de sol a sol, chuva a chuva, domingo a domingo. Finalmente foi mandada embora no Carnaval, era essa sua vontade desde que entrou na lojinha de roupa brega. Betina queria se dar ao luxo uma vez na vida de esbanjar seu salário, não era a grana de mamãe e papai, era a dela e ela queria muito torrar. Os amigos se reuniram e decidiram ir pra uma cidadezinha onde rolava um carnaval de marchinha, na praça principal da cidade. Eles queriam alugar um chalé, mas não rolou, não tinha vaga em pousada, não tinha nenhum hotel. Decidiram acampar e foram em uma van, cheios de malas, Betina e mais cinco amigos, em busca de um carnaval inesquecível.
Chegaram no camping, montaram as barracas e foram pro centro curtir as marchinhas. Todo mundo tomando todos os venenos possíveis pra alcançar a felicidade plena que se busca nessa época de folia. Quem sabe o que é, não duvida, sabe o que acontece com seis jovens bêbados numa cidade desconhecida e lotada de turistas igualmente bêbados. Se perderam, óbvio. Cada um num canto da praça, cheia de pessoas com mascaras de bichos, de gente famosa, de terroristas, de políticos e até gente que tava sem mascara mas estava com a cara deformada de tanto torpor.
Betina resolveu sentar num boteco e esperar ver seus amigos passar, afinal, a cidade não era tão grande e tava todo mundo no mesmo quarteirão. Uma pinga de mel aqui, uma pinga de coco ali, um hi-fi caprichado na sagatiba. Logo Betina sentiu seu fígado gritar “PÁRA DE BEBER EU VOU DESMANCHAR”. Ela olhou pra baixo pra ter certeza de que não estava ficando louca, quando quis olhar em volta, reparou que estava no chão. As pessoas no boteco ficaram olhando pra ela no chão e Betina abria a boca mas não conseguia proferir uma palavra. “ASHDOIDFAADS”, disse ela. “Ou ela é russa, ou está muito louca”, disse o tiozinho do boteco. Betina começou a babar, aí alguma boa alma foi lá colocar sal debaixo da língua dela e ela “ASHNOPRECI” e a galera a deitou esticadinha na frente do boteco e chamou uma ambulância. Vexame demais pra você? Pois é, os amigos de Betina conseguiram se encontrar e foram atrás dela, até que acharam a bolsa dela pendurada em uma árvore. A bolsa estava vazia e Betina não estava por ali. A ambulância chegou no boteco e não tinha uma viva alma que soubesse o nome da desfalecida Betina, que não conseguia falar em português e só conseguia ouvir seu fígado cantar “They try to make me go to rehab and I say no, no, no”. Ela foi levada ao hospital e, sem conseguir dizer seu nome, sozinha ali no corredor, teve que ouvir a enfermeira dizer “essa não tá com documento, nem consegue falar, bota o nome como desconhecido”. Sim, Betina era uma indigente no hospital, estava só, sem sua bolsa, sem sua rescisão, sem lenço, sem documento. Seus amigos a procuravam incessantemente, com a bolsa vazia, vendo se achavam um rastro de documentos. O celular já não estava mais entre nós, a esperança era ir de boteco em boteco ver se achavam a amiga. E foram. A aventura acabou as 23 horas. Quando Betina voltou para o camping e achou seus amigos fazendo um ritual simbólico de velório. “Eu tô viva, minha gente”, e todos comemoraram. Os documentos de Betina ainda estão perdidos pela cidade. O dinheiro, ninguém sabe onde foi parar. Reza a lenda que Betina pendurou a bolsa pra amarrar o tênis e esqueceu na árvore. Passaram uns transeuntes e resolveram mexer no fruto novo da árvore, enquanto Betina estava passando reto na frente dos botecos. As pessoas no hospital não sabem até hoje o nome da indigente que falava russo. Betina fugiu de lá sem deixar rastros e a história até virou lenda por aquelas bandas.

4 de set. de 2008

Novela da vida real

Só pra informar, agora o Novidaids vai trabalhar apenas pra contar histórias reais de pessoas anônimas com as identidades preservadas. Eu dramatizarei pra tudo ficar mais interessante, afinal, a vida dos outros sempre atrai atenção, mas nem sempre é mais legal que a nossa.

Hoje vamos falar de Adriana, uma moça sonhadora nascida no interior. Adriana veio de uma família pobre, porém honrada, de uma cidade do interior de Minas Gerais. Adriana nunca teve muitos amigos, pois era retraída e não socializava muito fácil, tinha uma dificuldade tremenda devido a sua timidez. Os pássaros, coelhinhos, porquinhos e todos os bichos possíveis na cidadezinha eram os melhores amigos de Adriana, praticamente a Branca de Neve. A vida da garota mudou totalmente quando seus pais se separaram e ela foi morar com o pai, e a irmã com a mãe. É uma história complexa que eu contarei em outra oportunidade, senão a história que eu gostaria de contar vai ficar coadjuvante. O pai de Adriana se mudou para outra cidade com ela, que mudou de escola, não tinha mais os bichinhos como companheiros. Tudo mudou. Finalmente Adriana se forma na escola e entra na faculdade, onde começa a beber e assim larga a timidez de lado. Faculdade é assim, né, quem nunca fumou, fuma. Quem nunca bebeu, bebe. Quem nunca trepou, trepa. Quem já fazia isso antes, faz em dobro. E assim Adriana conheceu várias pessoas e começou a viver várias histórias que eu contarei em outra oportunidade, senão a história que eu gostaria de contar vai ficar coadjuvante (sim, a vida da Adriana é muito interessante. Vou fazer um livro sobre ela). Adriana vê que a vida do interior não é legal o suficiente pra loucura dela e muda pra outra cidade, uma grande capital, na qual ela conhece apenas uns amigos que a hospedam na república em que moram.
As pessoas da cidade grande são bem diferentes, Adriana fica perplexa com a beleza da cidade, o ritmo diferente e a quantidade de coisas que há pra fazer numa cidade diferente. Ela começa um cursinho pra prestar outra faculdade, já que abandonou o curso que fazia no interior. No cursinho ela conhece desde nativos da cidade grande, até caiçaras e outros interioranos de outros interiores. Comunicativa, a Branca de Neve agora parece mais a Cher. Cheia de amigos, vai todos os dias para o bar, trocar idéias, conhecer gente nova, quem sabe uma baladinha depois?
Numa dessas bebedeiras, Adriana conheceu Julio, um cara super descolado, lindo, inteligente e gay (claro, como todos os homens interessantes do Brasil). Ficaram supoer amigos e iam juntos pro cursinho. A turma de Julio era babadeira, sempre com um role diferente, baladinhas mil, era uma coisa totalmente nova para Adriana.
Um dia Julio chama Adriana pra ver filme na sua casa “vai uma galera, vamos beber vinho, fumar uns e assistir filmes do Almodóvar”. Adriana hiperventilou com o convite, não ia dizer não NUNCA. Aceitou e depois da aula foi com a turma descolada para a casa de Julio. Mal sabia ela que essa história de ver filme poderia virar outro filme.
Chegando no apartamento de Julio, todos abriram as centenas de garrafas de vinho que haviam na casa, colocaram o DVD e começaram a ver, devia ter umas 7 pessoas na casa, Julio e mais dois caras, o resto tudo mulher. Entre elas, a inocente Adriana, que ainda guardava em si aquela Branca de Neve, o espírito interiorano, a pureza do Jeca Tatu.
Depois que o filem acabou, ligaram o som, estavam todos bêbados já, Adriana estava com sono, queria ir embora e Julio propôs que ela dormisse lá. Ela ficou mais aliviada e começou a curtir um som e esperar o sono bater mais forte. De repente, não mais que de repente, numa cochilada de Adriana, ela acorda subitamente e vê que todos na sala estavam nus. Seria uma pira? Será que puseram LSD na bebida de Adriana?
Não! Estavam fazendo uma suruba na sala e, percebendo que Adriana estava acordada, resolveram chamar ela pra participar! “Eu já comi todas minhas amigas, não tem problema, não há mal algum, tire a roupa”, disse Julio para Adriana, que deixou claro “não quero fazer parte disso, se te incomoda eu não participar, vou embora”. Julio disse que não tem problema, que, se ela quisesse, podia ir dormir no quarto que a putaria continuaria na sala. Adriana foi dormir no quarto.



No dia seguinte Adriana acorda com alguém batendo em seu rosto, era Julio! O dia já raiado, Júlio bate com sua bigola na cara de Adriana!!! Ela acorda “você ta me dando uma surra de pau mole na cara?”, Julio retruca “ai, é divertido, você não pegou mal não, né?”. Adriana explica que ela não tem nada contra suruba, mas que gostaria de ter sua integridade mantida, por mais que isso incomodasse aos outros, ela não queria entrar no trenzinho ‘da alegria’. Julio pede desculpas à Adriana, justifica seu ato dizendo que estava ‘muito louco’. Realmente, devia estar. Adriana, como moça boa do interior que é, perdoou o amigo, mas nunca mais foi ver filme na casa dele.

3 de set. de 2008

Novela da vida real

Mais uma vez voltando pra contar a desgraça alheia. Vamos falar de Cleide (nome fictício), uma garota sonhadora de São Miguel (zona leste de São Paulo). Cleide passou a vida muito depressiva pois era a filha do meio e seus irmãos sempre foram queridos, um por ser mais velho e o outro por ser mais novo. Ela era a esquecida, quase ninguém da família lembrava dela, só a mãe, às vezes, por ela ser menina. Cresceu assim, largada nas ruas da zona leste de São Paulo, convivendo com ratos, mendigos, lixo e forró. Quando tinha 16 anos, Cleide começou a freqüentar os bailes de forró da zona leste e aí começou a ter amigos, se sentiu querida finalmente, depois de anos de anonimato dentro de casa. Andando com a rapaziada do bairro, Cleide passeava pelas ruas de madrugada, pra voltar pra casa, sempre cambaleante de beber xiboquinha, e ninguém em casa reclamava, afinal ela era praticamente invisível.
Num show de Frank Aguiar, Cleide conheceu Jonas (nome fictício), um cara gente boa e animado. Ralaram coxa até as 6 da manhã, quando ele disse que levava Cleide pra casa dela em seu fusquinha. Cleide chegou em casa sublime, com o papelzinho com o número do orelhão perto da casa de Jonas, que ele pediu pra ela ligar as 9 da noite, que era a hora que ele chegava do serviço. Muito animada, Cleide comprou 5 fichas (na época não tinha cartão) e ligou às 9 da noite pro orelhão do Jonas. Ali começava uma história surpreendente que mudaria a vida dos dois.
Jonas e Cleide se viam direto, saiam sempre, começou um romance juvenil, Cleide no alto de seus 16 anos e Jonas com seus 23 anos, sempre indo de forró em forró, atravessando a cidade pra ir no CTN (Centro de tradições nordestinas), o fusquinha embalava o amor dos dois. Cleide estava tão feliz que finalmente sua família começou a reparar na existência dela, sua felicidade era radiante. A mãe perguntou qual o motivo de tanta alegria, Cleide disse “tô namorando, mammy”, a mãe dela hiperventilou com a boa nova, a filha enfim era uma pessoa e não um vulto na casa. Eu esqueci de falar, mas a Cleide tinha um melhor amigo, seu cabeleireiro e manicure, Ale. O Ale é aquela bichinha pão com ovo da zona leste, que ia na Broadway, na Overnight e nas baladinhas ‘clubber’ da zona leste. Ale tinha o cabelinho azul, usava roupa colorida e se achava the next fashion icon, a Cleide adorava fazer a unha com ele, porque aí ela se sobressaía das outras gurias do forró, com as unhas laranja, azul e seu cabelo vermelho cor de fogo, muitas vezes magenta, quando o Ale comprava a tinta italiana na galeria do rock e levava pra Cleide.
No aniversário de 17 anos da Cleide, a família decidiu fazer uma festa e Cleide chamou geral da zona leste e falou que seu namorado podia trazer quem quisesse também. Foi que foi, rolou um bailão que tocou forró, pagode e no fim o cd de músicas 80’s do Ale. Jonas bebeu demais na festa e dançou loucamente Abba, o que despertou desconfiança para a mãe de Cleide e seu irmão mais velho, que é cabeleireiro (mas não é gay). Cleide disse que não tinha nada a ver, que era o álcool que subiu. A mãe e Cleide perguntou “mas o Jonas já te comeu?”, Cleide, sem graça, respondeu “ele é um moço respeitador, eu sou virgem!”.
Passaram-se 2 dias e Cleide, encafifada, resolveu que queria meter com Jonas e começou a instigar o cara, aproveitando do fusquinha, pra eles irem ao motel. “Mas você é de menor, Cleide” – dizia Jonas. “A gente tá na ZL, aqui não pedem RG” – rebatia a moça. Começou aí a desconfiança de Cleide, por que será que seu namorado não quer come-la? Cleide desabafa com a mãe, que propõe que ele durma em casa com ela (que família moderna, NE?). Cleide convida Jonas pra passar a noite com ela em casa, ele cambaleia mas vai. Depois de muita mão naquilo, finalmente ele comeu a Cleide e ela se sentiu aliviada... Não era mais virgem e seu namorado não era gay.
Um dia Cleide vai pra um baile eletrônico com Ale, escondida do namorado. Ela não agüentava mais ir ao forró e descobriu que queria ser clubber, já tinha o cabelo e as unhas coloridas, era meio caminho andado. Na volta, toda malandra por ter saído escondida, resolve passar no boteco do seu João, duas ruas antes de sua casa, pra tomar uma água e comprar uma balinha pro bafo de pinga, afinal agora sua família sabia de sua existência e não admitiria uma menor de idade bêbada fazendo barulho em casa. Saindo do bar, ela resolve ir por uma pracinha, pra enrolar e chegar em casa menos bêbada. Quando ela vê o fusquinha de Jonas parado debaixo de uma arvorezinha. No escuro, ela agacha pra não ser vista e vai andando de mansinho até o fusca. Certeza que era do Jonas, será que foi roubado? Será que o Jonas está esperando por ela?
Quando ela olha dentro do vidro, está Ale, seu melhor amigo, pagando um boquetinho para Jonas, seu namorado. Ela não se contém e grita, acordando metade da zona leste com o grito. Os dois param e ela sai correndo. Ale corre atrás mas depois desiste, a moça está estarrecida.
Ela tenta entender, não consegue dormir, acorda a mãe dela e conta o que viu. No outro dia Ale passa lá, mas é posto pra fora pela mãe de Cleide, ele grita pra rua inteira ouvir “Foi depois do seu aniversário, ele que veio atrás de mim, a gente ia te contar”. Cleide vira motivo de chacota para a rua inteira, depois para o bairro inteiro. Ela mal podia sair de casa, ir à escola, pagar uma conta no banco sem que as pessoas a apontassem e falassem “ela foi traída pela moninha do fusca”. Depressão. Loucura. Depois de 2 anos de tratamento, Cleide conseguiu se reerguer, fez novos amigos, entrou na faculdade. Começou a freqüentar lugares mais dignos e até fez novos amigos gays. Cleide só conseguiu namorar alguém de novo 5 anos após esse trauma, um garoto 10 anos mais novo que ela, que a amava e obedecia como um filho. Ale e Jonas ficaram juntos por 3 anos, depois que terminaram, ambos ficaram amigos de Cleide, mas cada um no seu quadrado, pois terminaram muito brigados. Atualmente Ale se apresenta como Pandora Presley (nome artístico fictício) em uma boate gay no Largo do Arouche.