23 de mai. de 2013

Quando voar não é suficiente

Eu acompanhei como pude a novela "Salve Jorge", de Glória Perez, e via muito no Twitter esse papo sobre "vocês precisam voar". Olha, eu entendo o processo criativo, pois a coisa mais fácil é se perder. Eu estou escrevendo dois livros, um infantil e um romance, e o que eu mais faço é olhar o que eu já escrevi, pois estava me perdendo ou sendo repetitiva.

O que a Glória Perez queria era que o público entendesse a história como uma criação aberta a interpretações, deixando a trama mais "personalizada". Não deu certo. E eu entendo que a função dela era saber exatamente o começo, meio e fim da história, mas acho que, numa novela, o trabalho é feito em grupo e a falha de Salve Jorge foi coletiva. Ninguém salvou o Jorge.


Aparte disso, eu acompanho séries, novelas e filmes como laboratórios para meu próprio aprendizado. Meu objetivo é ser escritora, mas das boas, não aquela que já escreveu melhor no passado, aquela que se perdeu, aquela que não percebeu que não tem talento, aquela que é protegida de alguém. Quando você faz um trabalho criativo e público, você fica exposto a ponto de ler/ouvir absurdos sobre você, seu trabalho, sua vida. Você fica íntimo de pessoas que nem conhece.

Na verdade, colocar a cara a tapa já é um passo louvável, lidar com as críticas já exige uma maturidade que vejo que muitas pessoas ainda não atingiram. Eu não sei se estou preparada para as possíveis críticas aos meus livros, mas já me sinto pronta para dar a cara a tapa.

Voar é preciso, mas saber decolar é tão improtante quanto. Pés no chão e cabeça nas nuvens!


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