26 de mai. de 2013

Quando a depreciação dá mais audiência

Ultimamente as notícias de sites de celebridades (e de alguns jornais internacionais) estão focadas em falar de quem está indo de mal a pior, endividado, viciado em drogas, jogando, traindo, essas coisas. Tudo bem, isso não é novidade, mas ATÉ QUANDO? Sério, será que sempre vamos preferir consumir desgraça? Será que sempre vamos preferir falar de quem está numa pior?

Frank Sinatra já esteve numa pior, quando foi pego por "sedução" (era pré-feminismo para "assédio')
Desde programas matinais até os famosos programas de domingo para "a família", alguém sempre tem uma história muito triste que você vê e se sente entretido. Na internet, quando você posta coisas legais e/ou engraçadas, um monte de haters aparecem para despejar o recalque de não ter nada de bom para falar. Depreciar é muito mais fácil que falar bem. Quando a pauta já fala de alguém que está depreciado, melhor ainda, é jogo ganho.

Se isso é estar numa pior...

Tenho dois "cases" como referência para comentar, um sobre a mídia sensacionalista fazendo o que sempre faz: perseguindo celebridades problemáticas e as fazendo parecer um perigo para sociedade, e outro sobre como fazer as pessoas chorar assistindo seu programa de televisão (alavancando, assim, a audiência). O primeiro case é comum com celebridades internacionais. Até porque no Brasil ainda é tabu nego falar que é viciado, que é party harder e coisa e tal. Tivemos alguns casos, como a Vera Fischer e o Fábio Assunção, mas, em comparação com as celebridades internacionais, o Brasil é um verdadeiro "mosteiro".

A nova Britney/Amy/Lindsay/Paris do momento: Amanda Bynes
Eu nunca tinha ouvido falar de Amanda Bynes antes de umas duas semanas atrás (me julguem), agora ela está na minha TL todos os dias, porque foi presa, internada, saiu, jogou um bong do 36º andar do prédio, foi presa de novo e etc. Cara, ela tem a minha idade e parece a Goldie Hawn. Ela era linda e agora está acabada e, consequentemente, mais famosa e comentada do que nunca. Eu fico com pena, mas eu não tenho nem coragem de tecer comentários sobre isso, já tem gente demais fazendo e eu acho que ela e tantas outras jovens querendo se afirmar como celebridades ricas e poderosas estão fazendo isso muito errado. Sem direção alguma.


Ana Maria Braga e o primeiro drama do dia
Eu não estou no Brasil, mas quase todos meus amigos estão e logo fiquei sabendo do caso de um cachorro que foi maltratado e o fato foi exposto, explorado e colocado na vitrine no programa da Ana Maria Braga. Se você não vai fazer nada para ajudar, apenas não explore o caso. É simples. Tem gente que acha que divulgar é fazer alguma coisa. Mas não é assim, isso é depreciante, na verdade. Você só falar que tem alguém na merda e não fazer nada para mudar a situação é a mesma coisa que apontar o dedo para ele e rir. Mobilizar-se e tentar conseguir ajuda é, sim, um ato de altruísmo. Esse foi só mais um caso, dentre vários nas televisões pelo mundo todo. Tipo gente que vai em programas de auditório expor seu drama a troco de ouvir uns conselhos furados e garantir gargalhadas depreciantes por causa do seu linguajar "inadequado".

O meu ponto é: se é para falar de alguma coisa ruim que está acontecendo, que tal usar o fato como uma forma de alerta, conscientização ou até mesmo denúncia? Um blog que eu gosto muito e que tem a vibe incrível ao lidar com todo tipo de assunto, até os mais delicados, é o Hypeness. Eles têm uma forma diferente de abordagem, muito mais humana e muito mais interessante. Na TV ainda não achei um programa equivalente, mas espero que exista (não assisto muita TV, justamente para evitar passar nervoso com esse tipo de exploração da desgraça). Tablóides, revistas e sites de celebridades sempre irão existir, mas é importante ver o lado bom da vida. Vamos das audiência à felicidade também!





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