O primeiro dia de maio simboliza a luta pelos direitos dos trabalhadores. Atualmente, grande parte dos trabalhadores têm seus direitos garantidos, mas sempre há o que melhorar, por isso fazem protestos no mundo todo. Além dos protestos, a data conta com muitas festas.
Aqui em Berlim o protesto e a festa andam juntos e são tradicionais. O bairro de Kreuzberg é palco e passarela para milhares de pessoas que aproveitam o dia do trabalho para protestar contra o governo, as empresas e a polícia, além de poder escutar todo tipo de música a cada 100 metros. Quando eu digo todo tipo de música, eu realmente quero dizer TODO tipo de música.
Nas 10 horas que passei por lá (pouco tempo, já que a festa começa na noite do dia 30 de abril) ouvi samba, folk, rap, rock, ska e até country. As pluraridade e a heterogeneidade das pessoas fazem o evento ser ainda mais especial. Você acha muçulmanos, punks, pais de família e jovens bêbados coexistindo no mesmo espaço e quase sem nenhum conflito. Eu digo quase porque, pode ser, que houve algum problema, mas eu, sinceramente, não vi nada de errado.
Berlim é uma cidade muito barata e você imagina que, num evento, os preços poderiam subir, já que ambulantes aproveitam para vender bebidas e comidas para os transeuntes. Errado. Tudo estava ainda mais barato, pois a classe trabalhadora merece comemorar bastante sem gastar muito. E eram coisas de ótima qualidade!
Fiquei muito feliz de fazer parte deste momento na cidade, me lembrou a virada cultural de SP, numa proporção menor. Os resquícios do protesto estavam apenas nas placas e nos adesivos nas ruas, a polícia estava ao redor do evento, mas não lá dentro. A civilidade fala muito mais alto para eles, portanto todos respeitaram o patrimônio público e privado. Um grande exemplo! Protesto sem quebra-quebra, festa com bebida e sem brigas... Berlim é um lugar fascinante!
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