22 de jan. de 2009

Novela da vida real

PRIMEIRA PARTE DO GRANDE FINAL

Quando estava saindo do sítio, a madrasta a aborda “o que você tem?” e Mariana, com cara de susto, respondeu “nada, só uma vida destruída”. “O que você vai fazer? O que tem na bolsa?” perguntou a madrasta, que estranhou Mariana segurar tão firme e perto de seu corpo sua bolsa de crochê. Mariana, pela primeira vez num sinal de lucidez depois de tanta loucura, pediu um conselho a sua madrasta, na verdade não um conselho, mas sim uma opinião. “Tinha uma colega do Valter na casa dele na noite que fui pra casa dele, na delegacia, ele disse que não tinha ficado com ela, mas ia ficar depois de tudo o que fiz, será que ele dizia a verdade?”. A madrasta olha para Mariana, põe a mão em seus ombros e diz “não deixe que isso acabe com você, durante muitos anos fui ciumenta com seu pai e só consegui ficar mais insegura, comecei a freqüentar o MADA – Mulheres que amam demais anônimas- e aprendi muito sobre mim e sobre o amor”. Mariana olha com cara de “Que?” para a madrasta, abana a cabeça como se agradecesse e sai, dizendo que vai fazer tudo certo dessa vez. A madrasta, sem saber que Mariana esta armada, deixa a garota sair sem nenhum problema. Mariana pega um ônibus na estrada, vai até a estação de trem, e lá começa a pensar no que poderia fazer. Enquanto isso, Valter está na casa dele vendo jogo de futebol, um pouco preocupado com o fato de Mariana ter sido liberada da prisão, ele não sabia o que esperar dela. Mil coisas vinham na mente de Mariana, ela estava esperando o ônibus para a casa de Valter, quando um homem a abordou, queria a bolsa, ela disse “O QUÊ? CÊ TÁ LOUCO?” e sacou a arma, o cara levantou os braços e disse “desculpa aê, não sabia que você era do crime”, e Mariana pensou que sim, ela era uma criminosa, fichada e agora estava armada, o que ela tinha a perder?

Muita gente acabou vendo que Mariana estava armada, porém é a lei do ver, ouvir e calar, ninguém falou nada, todo mundo entrou no ônibus pianinho, ninguém ia fazer nada, estavam com um pouco de medo. Mariana fica distraída e nem se liga que o pessoal estava com medo dela, ela desce no ponto da casa de Valter e, quando chega no portão da casa dele, não sabe se ameaça ou se realmente faz alguma coisa. Ela não iria tocar a campainha, para que não desce margem para chamarem a polícia. Ela foi ao boteco na esquina, tomou uma cachaça, pediu pro moço do bar chamar Valter, dizer que era um amigo e que era urgente. Claro que ela deixou vintão na mão dele, que, encantado pela carinha de anjo de Mariana, não imaginava que a garota poderia fazer alguma barbaridade.

O moço chamou Valter, que perguntou desconfiado do que se tratava, e o cara do bar afirmou que não teria problema, que era só um amigo que estava muito bêbado, Valter desconfiou e perguntou o nome do amigo, mas o moço do bar teve jogo de cintura e disse “ele está bêbado, vai lá ajudar ele, é amigo seu, só o que eu sei”. Valter vai com um pé atrás, Mariana percebe e vai ao banheiro, tenta pensar se já saca logo a arma pra Valter não fugir, ou se tenta ter um diálogo antes. Valter chega no bar “cadê o cara, Zé?”, o moço do bar faz cara de “ihhh” e Mariana sai do banheiro e diz “Fui eu quem o chamou”. Valter olha amedrontado “O que você faz aqui, sua maluca?” e Mariana, antes de qualquer coisa, saca a arma e fala “Você não vai fugir antes da gente conversar”. O pessoal do bar se joga no chão, sai correndo e o moço fala “Aqui não, mocinha”, ela diz sorrindo de nervoso “eu não pretendo matar ninguém”. Valter pede para Mariana abaixar a arma que ele topa falar com ela. Eles sentam numa mesinha num canto do bar, Mariana tampa a arma com a bolsa, mas ela deixa claro para Valter, a arma estará apontada pra ele enquanto eles conversam, para garantir que ele não corra e que ele não chame a polícia. Como se tratava de um bairro da periferia, ninguém pensou em chamar a polícia, estavam num lugar ‘seguro’. “O que você quer Mariana?”, perguntou Valter. Mariana: “Eu quero saber de onde você tirou a idéia de darmos um tempo, quero saber por que você me traiu com aquela menina e por que você acabou com a minha vida? Estou com a ficha suja, desempregada, meu irmão me está me odiando, meu pai tem vergonha de mim e minha madrasta acha que sou caso de novela. Pra que tudo isso?”. Valter: “Começamos a namorar muito jovens, tínhamos apenas 17 anos, 1 ano e meio de namoro passou, eu não estava feliz, eu acreditei que o tempo seria para eu ver se realmente um sentiria a falta do outro, mas você não deu nem tempo pra isso acontecer, eu não entendo, você agiu como uma louca, não aprece a mesma Mariana que conheci”. Mariana começa a chorar, e fala: “Agora eu não sou mesmo a mesma pessoa, agora minha vida está destruída, eu não sei o que fazer, eu quero matar você e morrer”. Valter, com o olho arregalado, faz uma proposta: “Eu retiro todas as queixas contra você, se você prometer que vai me deixar em paz, por favor, a gente já viu que não vai dar certo”. Mariana: “VOCÊ QUER FICAR LIVRE PRA FICAR COM AQUELA BARANGA DO SEU TRABALHO, NÃO É? CONFESSA SEU DESGRAÇADO, CONFESSA SENÃO VOCÊ VAI CONFESSAR DIRETO PRA DEUS!”. Valter, com medo de levar uma bala, começa a gaguejar e deixa Mariana nervosa: “FALA SEU FILHO DA PUTA, VOCÊ FODEU MINHA VIDA, VOU ACABAR COM VOCÊ”. Valter: “Mariana, vo-você pode na-não acreditar, mas eu não fiquei, nunca com aque-quela menina. Ela mora num ba-bairro distante que ficou alagado com a Chu-chuva. Lembra que choveu? E-ela estava dando um te-tempo”. Mariana olha desconfiada, não acredita em uma só palavra de Valter, mas nesse momento ela percebe que tanto faz estar ou não com ele. Mariana: “retire as queixas”. Valter “Você vai me deixar em”, Mariana interrompe: “retire as porras das queixas amanhã cedo senão você não vai esquecer de mim nunca mais.

AMANHÃ SEGUNDA PARTE DO GRANDE FINAL (é grande, tive que desmembrar!)

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