Só pra informar, agora o Novidaids vai trabalhar apenas pra contar histórias reais de pessoas anônimas com as identidades preservadas. Eu dramatizarei pra tudo ficar mais interessante, afinal, a vida dos outros sempre atrai atenção, mas nem sempre é mais legal que a nossa.
Hoje vamos falar de Adriana, uma moça sonhadora nascida no interior. Adriana veio de uma família pobre, porém honrada, de uma cidade do interior de Minas Gerais. Adriana nunca teve muitos amigos, pois era retraída e não socializava muito fácil, tinha uma dificuldade tremenda devido a sua timidez. Os pássaros, coelhinhos, porquinhos e todos os bichos possíveis na cidadezinha eram os melhores amigos de Adriana, praticamente a Branca de Neve. A vida da garota mudou totalmente quando seus pais se separaram e ela foi morar com o pai, e a irmã com a mãe. É uma história complexa que eu contarei em outra oportunidade, senão a história que eu gostaria de contar vai ficar coadjuvante. O pai de Adriana se mudou para outra cidade com ela, que mudou de escola, não tinha mais os bichinhos como companheiros. Tudo mudou. Finalmente Adriana se forma na escola e entra na faculdade, onde começa a beber e assim larga a timidez de lado. Faculdade é assim, né, quem nunca fumou, fuma. Quem nunca bebeu, bebe. Quem nunca trepou, trepa. Quem já fazia isso antes, faz em dobro. E assim Adriana conheceu várias pessoas e começou a viver várias histórias que eu contarei em outra oportunidade, senão a história que eu gostaria de contar vai ficar coadjuvante (sim, a vida da Adriana é muito interessante. Vou fazer um livro sobre ela). Adriana vê que a vida do interior não é legal o suficiente pra loucura dela e muda pra outra cidade, uma grande capital, na qual ela conhece apenas uns amigos que a hospedam na república em que moram.
As pessoas da cidade grande são bem diferentes, Adriana fica perplexa com a beleza da cidade, o ritmo diferente e a quantidade de coisas que há pra fazer numa cidade diferente. Ela começa um cursinho pra prestar outra faculdade, já que abandonou o curso que fazia no interior. No cursinho ela conhece desde nativos da cidade grande, até caiçaras e outros interioranos de outros interiores. Comunicativa, a Branca de Neve agora parece mais a Cher. Cheia de amigos, vai todos os dias para o bar, trocar idéias, conhecer gente nova, quem sabe uma baladinha depois?
Numa dessas bebedeiras, Adriana conheceu Julio, um cara super descolado, lindo, inteligente e gay (claro, como todos os homens interessantes do Brasil). Ficaram supoer amigos e iam juntos pro cursinho. A turma de Julio era babadeira, sempre com um role diferente, baladinhas mil, era uma coisa totalmente nova para Adriana.
Um dia Julio chama Adriana pra ver filme na sua casa “vai uma galera, vamos beber vinho, fumar uns e assistir filmes do Almodóvar”. Adriana hiperventilou com o convite, não ia dizer não NUNCA. Aceitou e depois da aula foi com a turma descolada para a casa de Julio. Mal sabia ela que essa história de ver filme poderia virar outro filme.
Chegando no apartamento de Julio, todos abriram as centenas de garrafas de vinho que haviam na casa, colocaram o DVD e começaram a ver, devia ter umas 7 pessoas na casa, Julio e mais dois caras, o resto tudo mulher. Entre elas, a inocente Adriana, que ainda guardava em si aquela Branca de Neve, o espírito interiorano, a pureza do Jeca Tatu.
Depois que o filem acabou, ligaram o som, estavam todos bêbados já, Adriana estava com sono, queria ir embora e Julio propôs que ela dormisse lá. Ela ficou mais aliviada e começou a curtir um som e esperar o sono bater mais forte. De repente, não mais que de repente, numa cochilada de Adriana, ela acorda subitamente e vê que todos na sala estavam nus. Seria uma pira? Será que puseram LSD na bebida de Adriana?
Não! Estavam fazendo uma suruba na sala e, percebendo que Adriana estava acordada, resolveram chamar ela pra participar! “Eu já comi todas minhas amigas, não tem problema, não há mal algum, tire a roupa”, disse Julio para Adriana, que deixou claro “não quero fazer parte disso, se te incomoda eu não participar, vou embora”. Julio disse que não tem problema, que, se ela quisesse, podia ir dormir no quarto que a putaria continuaria na sala. Adriana foi dormir no quarto.
No dia seguinte Adriana acorda com alguém batendo em seu rosto, era Julio! O dia já raiado, Júlio bate com sua bigola na cara de Adriana!!! Ela acorda “você ta me dando uma surra de pau mole na cara?”, Julio retruca “ai, é divertido, você não pegou mal não, né?”. Adriana explica que ela não tem nada contra suruba, mas que gostaria de ter sua integridade mantida, por mais que isso incomodasse aos outros, ela não queria entrar no trenzinho ‘da alegria’. Julio pede desculpas à Adriana, justifica seu ato dizendo que estava ‘muito louco’. Realmente, devia estar. Adriana, como moça boa do interior que é, perdoou o amigo, mas nunca mais foi ver filme na casa dele.
Um comentário:
Escreve hein!
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